sábado, 21 de junho de 2008

A BRILHANTE HISTÓRIA DE BRILHANTINO




BRILHANTINO

O curta metragem "Brilhantino" é o trabalho de estréia de Ériton Berçaco e, embora o seja, deixa a marca registrada de um diretor que promete e sabe à que veio.

Brilhantino conta a história e as estórias de João José Brilhantino, um brasileiro de 71 anos, que vive em uma caverna, isso mesmo, uma caverna, na cidade de Muqui, interior do estado do Espírito Santo.

Poderia ser só a história de mais um brasileiro, não fosse contada com maestria, emoção e bom humor, por ele e pela direção precisa de Ériton em seu trabalho de estréia.

"A emoção nos defende da solidão."

Saiba mais sobre o curta e seu autor em: http://www.overmundo.com.br/banco/brilhantino

sexta-feira, 13 de junho de 2008

FLORES DE PLÁSTICO

Quinta feira, 12 de junho, dia dos namorados.
Para muitos, data para dar ou receber flores.
Para outros tantos, além disto, dia de assistir ao lançamento do esperado curta “Homens”, da diretora capixaba Lucia Caus e do paraibano Bertrand Lira.
O local escolhido foi o Cine “Jardins”, localizado em Jardim da Penha, na cidade de Vitória.
O público compareceu em massa e pareceu não se importar nem um pouco em esperar aproximados 30 minutos para adentrar a sala. Aliás, o clima era festivo e demorasse mais, seria apenas uma antecipação do que se estava por ver.
Entre flores e jardins, a falta de microfone para as apresentações e agradecimentos iniciais não deixou de abrilhantar o espetáculo, ao contrário, serviu para tornar próximos público, diretora e Amapôla (personagem do curta, vinda de Gurinhém, na Paraíba, para, com sua linda humildade, prestigiar o lançamento de uma história que também é sua).
Iniciada a projeção, se têm a pretensão imediata do que poderia vir a seguir. Ledo engano.
“Homens” traz histórias que vão do cômico ao trágico e, em tão perfeita sincronia, que é difícil perceber quando acaba o riso e começa a lágrima.
São histórias tocantes, narradas pelas próprias protagonistas que, mesmo vivendo nas mais longínquas terras do interior nordestino, demonstram uma intimidade nata com a câmera. Contam, cantam, dançam, nos fazem rir e chorar.
A estréia de Lucia Caus como diretora é uma grata surpresa. Está tudo lá, muito correto. Luz, som e direção se casam de forma precisa para nos revelar homens que enfeitam suas casas com flores de plástico, homens tão acostumados às agruras do trabalho duro que o fazem cantando, homens que amam outros homens com a naturalidade com que descem os rios, com que sobrevivem as flores em suas salas.
Enquanto o Brasil pára para discutir a homossexualidade na caserna, Lúcia e Bertrand nos brindam com um documentário que vai das carícias ao soco no estômago desavisado da gente num piscar de olhos.
Ao assistir, não cometa o pecado de deixar a sala antes do findar dos créditos. Lá, em mais uma surpresa, você vai ouvir a belíssima interpretação de Marcela Lobbo para a canção “Foi Assim”.
E a vida segue, entre os homens de "Homens", entre as flores de namorados e as flores de plástico que não morrem.
Imperdível!

terça-feira, 10 de junho de 2008

ELES SÃO DO EXÉRCITO. ELES SÃO PARCEIROS. ELES SÃO GAYS.


Onde está a matéria, ou melhor, onde está o "pecado" dos sargentos?

1) Eles são do exército.
2) Eles são parceiros.
3) Eles são gays.
4) Nenhuma das anteriores, um deles só queria ser a Cássia Eller.

Não sei a resposta.

O que me faz pensar (e pensar muito) é que estamos em 2008, vivendo num País de leis desatualizadas, cidadãos mal informados e uma revista que deveria informar com imparcialidade e, no entanto, estampa em sua capa um verdadeiro nó na cabeça dos desavisados.
Ser do exército implicaria em não poder ser gay?
Poderiam ser gays, estar no exército e não ser parceiros?
De novo, não sei a resposta.
O que sei é que existem gays no meu prédio, existem gays no meu trabalho, existem gays na polícia, existem gays em toda parte, assim como existem brancos, negros, amarelos...
Não estou aqui para criticar a matéria que, por sinal, nos mostra fatos históricos interessantíssimos e aborda o tema (?) de forma bastante esclarecedora.
O que critico é a capa, aquilo que vende a revista e, definitivamente me soa como homofóbica e preconceituosa.
No mais, lutemos pra que, quem sabe um dia, ser gay, ter um parceiro, ser cover da Cássia Eller e tentar construir uma vida digna não seja capa de revista.
À propósito, eu sou gay.